Hotel Jardim Atlântico

Certificação em 2007

Classificação: A (desempenho ambiental 50 % superior à prática actual)

Localização: Lombo da Rocha, Prazeres, Madeira

 

Proprietário: Refúgio Atlântico, Exploração Hoteleira e Turística, S.A.

Tipo de uso: Turístico (Hotel de 4 estrelas)

Inserção: Zona rural

Área de intervenção: 19 808 m²

Gestor Ambiental: Sr. José Manuel Teixeira



                    Figura 1 - Vista panorâmica do Hotel Jardim Atlântico


O Hotel Jardim Atlântico localiza-se na encosta sudoeste da Ilha da Madeira, nos Prazeres, na Calheta e começou a ser construído em 1991 e finalizado em 1993. É constituído por 61 apartamentos T0, 26 apartamentos T1, 2 apartamentos T2 e 8 bungalows T1, a sua forma é irregular, com uma construção adaptada à topografia do terreno, de forma a aproveitar a brisa natural e refrescante que o Oceano Atlântico proporciona, dispondo, desde logo, uma importante vocação para a área ambiental.

O Hotel encontra-se integrado numa área verdejante natural, 480 m acima do Oceano Atlântico e com vista privilegiada sobre as vilas piscatórias do Paúl do Mar e Jardim do Mar, sobre os "poios" (socalcos) e sobre as montanhas do Parque Natural da Madeira (a 2 km), oferecendo para além do alojamento e da vista, passeios a pé e visitas a uma quinta pedagógica.

Desde 1994 que, graças à perspectiva ambiental do seu promotor, a Família Bachmeier (Sr. Siegmund e o seu filho Sr. Udo), sendo agora propriedade da empresa Mestressa, propriedade do casal Mónica Heras e José Vilella, foi dado grande valor ao ambiente, o que se manifesta não só nas medidas ambientais (Energia, Resíduos, Água Potável e Efluentes, Qualidade do Ar Interior e Ambiente Sonoro, Impacte Paisagístico), como na Formação Ambiental presente em todos os funcionários e sempre que possível a pessoal subcontratado, com especial destaque para a sensibilização aos hóspedes. A adopção desta dinâmica ambiental de qualidade concretiza-se em termos económicos de forma muito favorável, sendo a sua taxa de ocupação superior a 73% em 2004 e de 83% em 2005; com estadias média superiores a 1 semana, sendo que uma parte muito significativa de hóspedes voltam frequentemente.

Actualmente, dispõe de mais de 24 prémios e 3 certificados ambientais, dos quais 8 Umweltchampion da World of TUI. Dispõe de certificações NP EN ISO14001 desde Julho de 2002, seguindo-se o ECOHOTEL em Maio de 2003 e o European Ecolabel (rótulo ecológico para alojamentos turísticos da UE), foi a primeira Unidade Hoteleira na Península Ibérica a receber o rótulo ecológico comunitário (em Novembro de 2004). O Hotel Jardim Atlântico foi convidado pelo Instituto do Ambiente de Portugal a participar num projecto de certificação EMAS, direccionado às pequenas e médias empresas, o qual se encontra na fase inicial.



Avaliação pelo LiderA

A avaliação do Hotel Jardim Atlântico pelo Sistema LiderA, versão piloto V1.01 foi desenvolvida durante o ano de 2006, tendo sido realizada pela equipa de avaliação do LiderA: Filipa Fonte, Prof. Manuel Duarte Pinheiro e Liliana Soares. A avaliação foi efectuada considerando a totalidade dos espaços exteriores e dos edifícios comuns e residenciais, inseridos na unidade hoteleira, sendo que envolveu os, cerca, de 20 000 m² da área de intervenção e todos os edifícios que compõem o hotel. É consequentemente uma avaliação exclusiva do sector turístico e foi efectuada para a sua fase de operação.


Local e Integração


Paisagem

Uma das preocupações foi, desde logo, a integração local (C6) na paisagem, ou no ambiente natural envolvente, tendo o hotel sido planeado e construído com a concepção de ficar integrado e adaptado, não sendo visível por completo do exterior, de nenhuma perspectiva, ou seja, diminuiu-se o impacte visual da estrutura. Adicionalmente, foram instalados estendais de roupa nos balcões dos apartamentos, que os hóspedes utilizam para as suas roupas, evitando ter de as colocar de forma visível na varanda.


Amenidades

Relativamente às amenidades locais (C7), o hotel possui, além de um restaurante e um snack-bar, um centro (o Centro Vital, SPA) com variadíssimos serviços, nomeadamente salão de beleza, banhos de hidromassagem, chocoterapia, vinhoterapia, solário, pequeno ginásio e sauna, entre outros. Snack-bar e zonas de lazer. No que respeita às amenidades naturais, possui no local ou proximidades, áreas ajardinadas nas quais está incluido o "Bare Fut Track", uma quinta pedagógica, o Parque Natural da Madeira a 2 Km de distância, o oceano Atlântico, entre outros. Ainda se salienta a construção de uma vereda nova para passeios a pé junto ao hotel, no meio da natureza virgem, o que fomenta um pouco a mobilidade de baixo impacte.


Recursos


Energia

O sector energético foi alvo de atenções especiais, entre as quais se salientam as medidas implementadas com vista a reduzir o consumo de electricidade (C11), mais explicitamente:

- a utilização de cartões perfurados como chave para os quartos (como controladores de energia eléctrica), permitindo a redução dos gastos energéticos quando o quarto não está ocupado (com excepção do frigorífico em caso de estar em uso) e eliminando os gastos derivados do modo stand by;
- a utilização exclusiva de lâmpadas de baixo consumo, onde mais de 60% são de eficiência energética Classe A;
- a implementação de sensores de movimento, foto células e relógios para diminuir o tempo das iluminações e regular o tempo exacto de horas de trabalho para máquinas e outros equipamentos. Por exemplo, no exterior existe um sistema temporizado, de acordo com a alvorada, de encerramento das luzes exteriores;
- a adequação dos programas de lavagem na lavandaria, específicos conforme os tipos de roupa e com doseadores digitais, conseguindo um rendimento ideal por lavagem.

Refira-se, ainda, a utilização de bons isolamentos, o que veio igualmente permitir a redução dos consumos.

Na área de eficiência dos equipamentos (C15), tem-se, além das lâmpadas anteriormente referidas:

- a utilização, na maioria dos casos, de aparelhos e máquinas de baixo consumo (nível A), pois possuem recuperação de energia e calor;
- a optimização na localização destes, ou seja, esta foi pensada de forma a minimizar trocas de energia. Por exemplo, a localização do frigorífico e do fogão foi pensada para se encontrarem afastados, de forma a não ocorrerem interferências térmicas.

Figura 2 - Mecanismos de redução do consumo de electricidade - lâmpadas de baixo consumo

Figura 3 - Pormenor dos equipamentos de cozinha no Hotel Jardim Atlântico

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